Friedrich Nietzsche certa vez disse: “Aquele que tem um porquê para viver, pode enfrentar todos os comos”.

“Saber o motivo de fazer o que fazemos muda completamente a noção que temos sobre o resultado. De repente, somos parte daquela ação, daquele projeto, compreendemos suas razões intrínsecas e, até mesmo, podemos chegar a conhecer nosso propósito de vida”, trecho do meu livro 12 Cs do Ciclo do Sucesso, onde escrevo sobre o “C” de Consciência. 

Este período de pandemia e confinamento levou a maioria das pessoas, líderes e organizações a refletir sobre os seguintes questionamentos: O que realmente é essencial? O que podemos fazer para ajudar? Qual é o meu propósito? Para qual finalidade minha empresa existe?

Na busca destas respostas, líderes passaram a focar o propósito das suas marcas como fator determinante nas decisões dos negócios, o que está causando uma onda de ressignificações, principalmente, em relação aos clientes e serviços.

O desenvolvimento humano e social sempre esteve vinculado à grandeza de um propósito e, por meio do comprometimento, coragem e colaboração, foi possível atingir metas que desafiaram a humanidade em diversas épocas. Essa união de comportamentos, principalmente em tempos difíceis que testemunhamos hoje, acontece por um propósito.

Foi calcado na força do propósito que organizações, líderes e figuras importantíssimas para a história da humanidade tomaram, e tomam ainda hoje, decisões difíceis e contundentes que nos inspiram e nos motivam a sermos pessoas cada vez melhores. Através dessa forte palavra vamos, nos próximos parágrafos, refletir um pouco: qual o seu propósito na vida?

Propósito das marcas: o combustível do desenvolvimento humano e social

Um exemplo de empresa que enxerga o gigantesco benefício que reside no propósito de vida, e sentido para o que se faz, é a Procter & Gamble (P&G). Fundada em 1837, originalmente fazia velas e sabão, e durante a Guerra Civil americana descobriu que seus dois principais produtos foram vitais para a saúde do país: velas geraram luz em um mundo pré-elétrico, e sabão preveniu infecções e doenças originadas nos campos de batalha.

A P&G nunca abandonou seus valores, pois a empresa globalmente cumpre sua missão original: melhorar a vida das pessoas. Por exemplo, dedica uma parte de seus lucros com a venda de fraldas Pampers para vacinar bebês em países em desenvolvimento. 

Em 2004, criou um sachê que misturado com água impura, a transforma em água potável, saciando a sede de crianças e famílias em áreas onde não há saneamento básico. Por meio do Programa “Água pura para Crianças”, a P&G e seus parceiros, celebram atualmente o fornecimento de mais de 16 bilhões de litros de água potável em mais de 85 países na América Latina, África e Ásia. Podemos concluir que a P&G, além de fornecer produtos, realizou um grande impacto social unindo sua marca a um propósito maior.

No livro “Propósito”, Sri Prem Baba, afirma que “ter consciência do propósito é sinônimo de ter consciência do serviço, pois o seu propósito nada mais é do que o serviço que você veio prestar à humanidade. E ter esse entendimento é a maior benção que um ser humano pode receber na vida”. 

Uma pessoa que tive a honra de conhecer pessoalmente e um dos maiores exemplos de propósito é Ozires Silva. Aos 16 anos de idade questionou: “ Se o Brasil é tão grande, por que não fabrica aviões?” Praticou aeromodelismo, entrou para a Força Aérea Brasileira, formou-se em engenharia aeronáutica pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), assumiu cargo de chefia do Departamento de Aeronaves, projetou o primeiro avião brasileiro, o Bandeirante, e aos 39 anos de idade liderou a fundação da Embraer e viu seu sonho e propósito operando em mais de 30 países. Hoje, com 89 anos, participa de inúmeros conselhos e associações e divide seu tempo recebendo homenagens ao redor do mundo.

Você sabe qual é o seu propósito de vida?

Se a esta altura do artigo você ainda não se perguntou, este é um bom momento. Dentro do seu ambiente de trabalho você tem um propósito? E para as suas relações familiares? E quanto aos seus objetivos de vida?

Se as respostas foram “não”, talvez você tenha encontrado a razão de se sentir desmotivado. É preciso dar significado ao que se faz para que nossas atividades não se tornem apenas um gastar de horas. 

Portanto, acredito que nosso propósito não é um jogo. Depende de cada um a forma como enxerga e extrai o melhor de cada momento. Nossas atitudes e ações nos levam para frente ou nos imobiliza, como fantoches, reféns do próprio destino.

Compreenda bem sua natureza e conseguirá perceber onde residem os seus propósitos. Saiba que, neste momento transformação social, você não estará improdutivo se mergulhar na jornada de encontrar um ideal para a sua vida.

Texto escrito por: Luiz Aurélio Chamlian, sócio proprietário da Dinâmica, autor do livro “12 Cs do Ciclo do Sucesso”

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