“Fiquei impressionado com a urgência do fazer. Saber não é suficiente; devemos aplicar. Estar disposto não é o suficiente; devemos fazer.” – Leonardo Da Vinci.

Quando pensamos em liderança e desenvolvimento de equipes, precisamos antes compreender o que define um perfil de liderança. Diante do cenário que vivemos hoje, podemos afirmar que existe uma crise de liderança. Governos, empresas e organizações estão carentes de líderes que saibam, em meio às crises, catástrofes e cenários inimagináveis, assumir papéis e responsabilidades por meio da aceitação da incerteza (de um lado) e da tomada de decisões rápidas, porém, conscientes (do outro).

Muitos artigos e discussões acerca dos líderes “do passado”, calcados em dogmas, princípios e estratégias que não fazem mais sentido nos dias atuais, vieram à tona e desmascararam aqueles que afirmavam que pessoas estavam em primeiro lugar, mas colocaram em prática totalmente o inverso de suas falas.

No entanto, o foco desta reflexão não é discutir o passado e, sim, mostrar o que podemos esperar da liderança do futuro, suas características e posicionamento mediante o cenário atual, assim como o desenvolvimento de suas equipes e sua importância para a organização.

O Líder do futuro e suas características

Podemos afirmar que a principal habilidade desse “novo” líder seja a mentalidade. Quando falamos aqui de mentalidade, estamos associando esse mindset à uma nova visão de mundo, pessoas, cidadania, impactos sociais e ambientais. 

Lidar com incertezas, reagir agilmente, criar ambientes de aprendizagem, proporcionar trabalhos multidisciplinares, assumir responsabilidades mediante a erros e imperfeições nas entregas, serão aspectos essenciais nesta empreitada à liderança.

Mas a pergunta que fica: Quem está preparado? Será que a nova geração do milênio está pronta?  

Segundo uma pesquisa publicada no Business News Daily, realizada pela American Express, chamada “Redefinindo o C-Suite: negócios da maneira milenar”, conclui que sete de cada dez milenares americanos entrevistados desejam cargos de diretoria, porém, mais de um terço acredita que em 10 anos “o CEO de hoje não será mais importante em seu formato atual.”

A liderança empresarial do futuro, ainda em definição, terá um novo formato, pautado em consciência, sustentabilidade e empatia como valores fundamentais. A pesquisa ainda mostra que as tendências são:

  • Colocar o bem-estar dos funcionários em primeiro lugar.
  • Estabelecer limites claros em torno da tecnologia.
  • Enfatizar o trabalho orientado à propósitos.

Em um artigo recente chamado “ O Perfil do CEO no Novo Normal”, publicado pelo site mundorh.com.br, o autor aponta 12 atribuições emergentes que servirão de guideline para os atuais e futuros líderes na era digital:

  1. Humildade intelectual
  2. Obsessão pelo cliente
  3. Inovação baseada em problema
  4. Cultura de experimentação
  5. Mentalidade de empreendedor
  6. Visão holística
  7. Tecnologia como meio
  8. Novos modelos de negócios
  9. Transformação e adesão digital
  10. Times ágeis
  11. Multidisciplinaridade
  12. Comunidade

Sendo assim, acredito que o líder, independentemente de sua época,  que busca uma melhor performance é aquele que tem o poder de inspirar a equipe por meio de suas atitudes e, ao mesmo tempo, criar um ambiente favorável à inovação e tomada de decisão, respeitando a singularidade.

E se o futuro for à distância? Na revista Forbes, em maio de 2020, um artigo publicado a respeito do trabalho remoto, Jack Dorsey, CEO do Twitter, afirmou que seus funcionários podem continuar trabalhando em suas casas “para sempre”. Um porta voz da empresa disse: “ Queremos que os funcionários possam trabalhar onde se sentirem mais criativos e produtivos”, e continuou: “Nas últimas semanas, aprendemos muito sobre o que é necessário para que as pessoas desempenhem efetivamente funções fora de um escritório, e continuaremos aprendendo à medida que avançamos. ”

Claro que existe uma visão estratégica financeira por trás destas declarações, tendo como consequência uma redução de custos com escritórios, deslocamentos, etc. Além disso, é importante refletirmos que, será possível contratar “talentos” em qualquer lugar, o que impactará não só na maneira do trabalho, mas na remuneração dessas pessoas.

A importância do Líder Remoto

Mesmo no cargo de liderança antes da pandemia, acredito que possa aproveitar muitas informações a respeito dos estudos que estão sendo feitos da lacuna que existe em fazer contratações de líderes via remota. Em um artigo escrito por Mary Driscoll e Michael D. Watkins para a Harvard Business Review em maio de 2020, intitulado “Onboarding a New Leader — Remotely”, os autores mostram por meio de uma pesquisa realizada com 125 líderes, que apenas 17% das empresas estavam preparadas para integrar novos líderes à distância.

No entanto, para acelerar a liderança em um ambiente remoto, os autores dão algumas diretrizes interessantes para aqueles que desejam contratar. Todavia, acredito que, como líder, essas dicas possam te ajudar no engajamento da sua equipe:

  1. Seja claro quanto aos objetivos de curto prazo.
  2. Forneça um processo estruturado de aprendizado.
  3. Crie um plano robusto de envolvimento das partes interessadas.
  4. Atribua um “padrinho” de integração virtual.
  5. Facilite a formação de equipes virtuais.
  6. Considere um recurso para desenvolver um programa de treinamento

Para finalizar, fica a reflexão sobre a importância do papel do líder nesta nova era: a capacidade de antecipar-se à cenários turbulentos e, ao mesmo tempo, a habilidade de planejar a continuidade dos negócios em tempos incertos. 

Você tem líderes nos quais se inspira? Consegue identificar neles as características que gostaria de desenvolver? Continue acompanhando os nossos conteúdos, em nossas redes sociais, e descubra o caminho para se tornar um.

Texto escrito por: Luiz Aurélio Chamlian, sócio proprietário da Dinâmica, autor do livro “12 Cs do Ciclo do Sucesso”